Enquanto mantém respeitosamente as visões e processos de seu pai para a empresa, Mira Nakashima, seguindo seus ensinamentos, criou sua coleção de mobiliário, desde que assumiu as rédeas da empresa há quase 30 anos. Operar por detrás de sua assinatura, no entanto, criou a necessidade de restabelecer o caráter da marca, sem deixar de honrá-la.

Ao longo da história da empresa, George compartilhou a riqueza de seu pensamento por meio de catálogos, mas as variações de cada peça causavam consternação e confusão nos clientes quando comparadas com as fotografias iniciais. Os catálogos também criavam problemas em termos de expectativa de tempos de produção, já que os métodos tradicionais de “cozimento lento” da empresa não eram comunicados por meio dos materiais impressos, que apresentavam apenas peças acabadas. Um outro catálogo não era o que queríamos.

Ao renunciar ao modelo de catálogo tradicional, optamos por um livro sobre o processo, focado na filosofia e na artesania da marca. Ao acolher os clientes tão profundamente no processo desde o primeiro contato, a relação individual estabelecida entre artesão e o público é acesa, incentivando uma confiança compartilhada. O livro reorienta as expectativas dos clientes e atua como uma ferramenta de engajamento útil para a equipe do estúdio no atendimento. Assim como cada peça finalizada é diferente, a jornada da conceituação ao produto final também é diferente.

George Nakashima acreditava na conexão espiritual entre as pessoas e a madeira. Que o material poderia comunicar àqueles que buscavam o móvel perfeito para suas casas. Uma mistura dos desenhos originais de George e Mira foi usada no lugar de fotografias, promovendo o valor de uma ideologia e uma estética baseados na unicidade de cada peça. Remontando à memória familiar, os escritos reflexivos de Mira foram introduzidos ao longo do livro, intercalados com descobertas dos Arquivos de Nakashima, localizados no Museu Michener em Doylestown, PA.

Apesar dos novos gestos, a construção do livro também foi pensada com base em uma reflexão sobre os catálogos criados por George Nakashima a partir da década de 1960. Com uma sobrecapa que também é um poster e lombada exposta, o livro convida tanto ao toque quanto à interação.

Os resultados de mudar o foco do produto para o processo em seus materiais impressos foram transformadores para a empresa, que experimentou melhorias nas vendas e na comunicação com seu público. Mais do que um cartão de visita, juntos criamos um objeto de arte.