Como expor exposições, ou como falar sobre como as obras foram expostas, acima das obras em si? O design de exposições é, por definição, pano de fundo, que busca oferecer contexto e criar uma narrativa espacial mais apropriada para permitir que as obras prevaleçam. Para explorar adequadamente o trabalho expositivo de Bo Bardi, tivemos de reconfigurar as expectativas dos visitantes do museu e tirar seu foco do primeiro plano para o plano de fundo.

A solução, na superfície, era simples: dar vida às exibições e ambientes de Bo Bardi através da reconstrução de partes de suas exposições em escala. Mas foi necessário suprir ausência de desenhos executivos que oferecessem base para a reconstrução, vasculhando arquivos, usando registros fotográficos e croquis conceituais para reconstruir os elementos expositivos da forma mais fiel possível.

Para tecer o passado e o presente, também exibimos fotografias de época e desenhos originais estrategicamente organizados, permitindo que os visitantes apreendessem o alcance das exposições de Lina Bo Bardi. Atuando em uníssono, as reconstruções e fotos ofereciam uma experiência completa.

Na área de entrada da galeria, banners de imagens e citações da arquiteta ondulavam suavemente, estabelecendo uma introdução para a exposição.

Forradas com algodão cru, as vitrines discretamente leves foram projetadas para abrigar os desenhos originais de Bo Bardi.

Um objetivo chave para todos os elementos de design gráfico que o acompanhavam era uma fusão entre a exposição e o ambiente. Abraçando o design e as filosofias estéticas de Bo Bardi, os textos definidos no tipo modernista Brown foram exibidos em compensado para títulos, placas recortadas para textos de corpo e madeira impressa para legendas.

Para o livro resultante da mostra, optamos por deixar as imagens falarem por si. Por toda parte (incluindo a capa), as fotografias e desenhos foram deixados intocados pelo texto, e as divisões dos capítulos foram impressas em páginas menores. Assim como a própria exposição, o catálogo correspondente é um apelo robusto ao brilho singular do trabalho expositivo de Bo Bardi.